domingo, 12 de janeiro de 2014

A fé é a herança mais bela, diz Papa na festa do Batismo do Senhor




Na manhã deste domingo, 12, Papa Francisco celebrou a missa na Capela Sistina, no Vaticano, na festa do Batismo do Senhor. Na ocasião, em que batizou 32 crianças, o Santo Padre destacou a transmissão da fé, dizendo que esta é a mais bela herança que se pode deixar a uma criança.

Francisco lembrou que hoje os pais batizam seus filhos, mas daqui a alguns anos estes terão outra criança para batizar. Trata-se de uma sequência, em que os pais são transmissores da fé.

"Vocês têm o dever de transmitir a fé a estas crianças. É a mais bela herança que vocês deixarão para elas: a fé! Somente isto".

O Santo Padre prosseguiu pedindo que os presentes levassem para casa hoje este pensamento acerca da necessidade de ser transmissor de fé e o modo de fazê-lo.

"E agora, com esta consciência de ser aqueles que transmitem a fé, continuemos a cerimônia do Batismo", disse Francisco, que em seguida batizou as 32 crianças presentes.

Fonte http://www.portalecclesia.com/2014/01/a-fe-e-heranca-mais-bela-diz-papa-na.html

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pe. Lombardi faz um balanço de 2013: "Papa Francisco colocou com força a Igreja em movimento"


Cidade do Vaticano (RV) - A renúncia de Bento XVI, a eleição do Papa Francisco. 2013 foi um ano extraordinário para a vida na Igreja. Para fazer um balanço de todos estes acontecimentos, justamente a partir do gesto profético de Bento XVI, a Rádio Vaticano entrevistou seu Diretor e também da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi:
R: "Foi uma escolha que marcou este ano e continuará a marcar também as próximas épocas da Igreja. Eu penso, de fato, que terá suas consequências no que diz respeito aos próximos pontificados. É uma abertura de caminho, digamos, de uma possibilidade, que, como bem dizia Bento - justamente na sua motivação à renúncia - está ligada também aos tempos que nós estamos vivendo. Não tanto, então, a uma simples situação pessoal, mas sim à inserção nos tempos com a aceleração, o acúmulo dos problemas que são colocados. E isto foi percebido pelo Papa com grande lucidez e com grande humildade, justamente para dar a possibilidade de uma direção, que ele definiu como de renovado vigor à Igreja. Coisa que efetivamente aconteceu, e aconteceu de um modo impressionante e inesperado".
RV: O Papa Francisco tornou-se, em pouquíssimo tempo, uma figura familiar a nível mundial e, o que chama a atenção, não somente entre os cristãos. É possível fazer um balanço ou ao menos encontrar uma chave de leitura para estes seus primeiros nove meses de pontificado?
R: "Certamente, a resposta aos gestos e palavras do Papa Francisco no mundo de hoje é absolutamente impressionante. Eu penso que tenha respondido a uma espera profunda permanente de toda humanidade, que é aquela da necessidade, do desejo de amor da humanidade, do perdão, de uma relação sincera, da proximidade no confortar e no encorajamento. Portanto, algo que tocou os acordes mais profundos da sensibilidade e da personalidade humana em geral, porque isso realmente operou em todos os continentes, em todos os países, em todas as diferentes situações da vida dos homens e mulheres do nosso tempo. Eu acredito que a leitura mais simples seja também a mais verdadeira, isto é, ter concentrado o anúncio no amor de Deus, na sua misericórdia, na sua proximidade a todos, no desejo do bem e da salvação para todas as suas criaturas. É algo que foi entendido e foi também entendido pela eficiência dos gestos e das palavras simples como foram ditas. A abolição, então, das barreiras entre a pessoa do Papa e as pessoas que ele encontrou foi entendido com simplicidade e de forma direta por todos. Eu acredito que pode ser lida assim esta correspondência. O Papa responde, porque interpreta efetivamente o amor de Deus Pai por todas as suas criaturas".
RV: Desde os primeiros gestos e as primeiras palavras, o Papa Francisco suscitou expectativas imensas, no âmbito eclesial e não somente. O que se pode esperar para o próximo ano, também pensando nas importantes reuniões do Conselho dos Oito?
R: "Eu acredito que nós devemos esperar que este grande impulso de renovação, de eficiência do anúncio da mensagem essencial que o Papa Francisco operou, possa difundir-se na Igreja, porque por agora é algo que nós vemos em Roma, que é muito concentrado em volta de sua pessoa; mesmo que saibamos que em muitos países do mundo as pessoas voltaram a confessar-se, a participar das celebrações religiosas. Existe, portanto, um difundir-se como uma onda deste efeito de proximidade do amor de Deus por meio da Igreja. Isto, porém, é desenvolvido: deve tornar-se verdadeiramente um pouco o estilo com que a Igreja anuncia. E o Papa Francisco, num certo sentido, dá um exemplo, dá um modelo de relação pastoral, que posteriormente é difundido e que deve tornar-se habitual, um pouco em todas as partes da Igreja. Isto é o que devemos esperar. As fatídicas mudanças estruturais, as reformas de que tanto se fala servem enquanto ajudam isto, isto é, enquanto as estruturas, os instrumentos ou as organizações estão efetivamente a serviço do Espírito e do anúncio do Evangelho. Isto é o que o Papa Francisco entende como reforma: fazer com que os instrumentos e as estruturas tornem-se mais adaptadas à missão da Igreja; missão da Igreja de anúncio do Evangelho e do anúncio até as fronteiras deste mundo, às periferias de que ele tanto fala, na relação com os pobres, com as pessoas que têm mais necessidade da proximidade do amor do Senhor e do testemunho de Deus. Eis então, o que podemos esperar que o Conselho dos oito Cardeais ou outras consultas possam obter. No meu modo de ver, porém, deve ser absolutamente claro que é um aspecto secundário, um aspecto que vem depois e à serviço do "primum", que é o anúncio do Evangelho e a missão da Igreja. Isto está à caminho. O Papa deu início à diversas consultas, diversas comissões para tornar mais transparente, mais eficaz o testemunho das estruturas, mesmo no que diz respeito ao Vaticano, às suas estruturas administrativas. O problema verdadeiro, porém, é o da relação entre o Espírito e os seus instrumentos de expressão: as estruturas e as organizações".
RV: Francisco é o primeiro Papa jesuíta da história. O que representa para o senhor estar entre os seus mais estreitos colaboradores; o que lhe está dando pessoalmente o Santo Padre?
R: "Eu vejo uma sintonia muito profunda entre a espiritualidade do Papa e o seu modo de guiar a Igreja e a espiritualidade inaciana, isto, sobretudo no sentido de estar a caminho, no buscar e encontrar a cada dia a vontade de Deus, para servi-Lo melhor e para realizar aquilo que os jesuítas chamam como a sua maior glória, isto é, o mais profundo conhecimento do amor de Deus e traduzir na nossa vida esta profunda relação do amor entre Deus e o homem e entre os homens entre eles. Portanto, o Papa Francisco, efetivamente, colocou a Igreja a caminho, com grande força, e a colocou a caminho com o seu exemplo, o seu empenho e também com tantas mensagens e iniciativas. Pensemos ao novo Sínodo sobre a família; pensemos também ao encorajamento em renovar a Igreja e também na vida concretamente. Assim, o fato de estar sempre a caminho, para procurar encontrar coisas novas, que Deus pede a nós na nossa situação, na nossa vida, é algo que caracteriza profundamente, me parece, a espiritualidade e o modo de governo do Papa Francisco. Entramos em uma situação em que a Igreja foi colocada em movimento. Não são apresentados objetivos precisos, imagens precisas de como deverá ser organizada a Igreja amanhã para chegar a este objetivo. Devemos nos colocar a caminho, devemos nos converter, devemos acolher as surpresas que Deus nos faz na nossa vida e entender para onde Ele nos está chamando, também por meio das situações e realidades em que nos encontramos. Portanto, o sentido da Igreja que entra em movimento, num caminho, que é peregrina, no cumprir sua missão, me parece que seja um dos aspectos espiritualmente mais característicos deste Pontificado".

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

1 Janeiro 2014: Dia Mundial da Paz - "Fraternidade, fundamento e caminho para a paz".


FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ – é o tema do Dia Mundial da Paz 2014, que a Igreja promove e celebra a 1 de Janeiro. Na sua primeira Mensagem para esta ocasião, Papa Francisco começa por recordar que “no coração de cada homem e mulher habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar.”
“Na realidade (logo observa o Papa, alargando o horizonte, de modo inclusivo), a fraternidade é uma dimensão essencial do homem… A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura.”Sublinhando que “a família é a fonte de toda a fraternidade… o fundamento e o caminho primário para a paz”, a Mensagem papal chama a atenção para o facto de o número sempre crescente de ligações e comunicações tornar hoje em dia mais palpável a consciência da unidade e partilha dum destino comum. “Nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação a formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros”. Vocação esta, infelizmente, “muitas vezes contrastada e negada nos factos, num mundo caracterizado pela «globalização da indiferença» que lentamente nos faz «habituar» ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos”.
“Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião… Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos económico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.”Como justamente lembrou Bento XVI, “a globalização torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos.” As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma profunda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do «descartável» que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados «inúteis».
Aliás – observa ainda a Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz - as éticas contemporâneas mostram-se incapazes de produzir autênticos vínculos de fraternidade, por falta de referência a um Pai comum como seu fundamento último: uma verdadeira fraternidade entre os homens supõe e exige uma paternidade transcendente. É a partir do reconhecimento desta paternidade que se consolida a fraternidade entre os homens - aquele fazer-se «próximo» para cuidar do outro.
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Para compreender melhor a vocação do homem à fraternidade, reconhecer os obstáculos que se interpõem à sua realização e identificar as vias para a superação dos mesmos, Papa Francisco convida a deixar-se guiar pelo conhecimento do desígnio de Deus, tal como se apresenta na Sagrada Escritura. E comenta o episódio de Abel e Caim, no Livro do Génesis (cap. 4), na certeza que “na história desta família primigénia, lemos a origem da sociedade, a evolução das relações entre as pessoas e os povos”.
“Abel é pastor, Caim agricultor. A sua identidade profunda e, conjuntamente, a sua vocação é ser irmãos, embora na diversidade da sua actividade e cultura, da sua maneira de se relacionarem com Deus e com a criação. Mas o assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação a ser irmãos. A sua história põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros.”“À pergunta com que Deus interpela Caim – «onde está o teu irmão?» –, pedindo-lhe contas da sua acção, responde: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» Depois – diz-nos o livro do Génesis –, «Caim afastou-se da presença do Senhor». É preciso interrogar-se sobre os motivos profundos que induziram Caim a ignorar o vínculo de fraternidade e, simultaneamente, o vínculo de reciprocidade e comunhão que o ligavam ao seu irmão Abel – sugere o Papa.
A narração de Caim e Abel ensina que a humanidade traz inscrita em si mesma uma vocação à fraternidade, mas também a possibilidade dramática da sua traição. Disso mesmo dá testemunho o egoísmo diário, que está na base de muitas guerras e injustiças: na realidade, muitos homens e mulheres morrem pela mão de irmãos e irmãs que não sabem reconhecer-se como tais, isto é, como seres feitos para a reciprocidade, a comunhão e a doação.


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“Surge espontaneamente a pergunta: poderão um dia os homens e as mulheres deste mundo corresponder plenamente ao anseio de fraternidade, gravado neles por Deus Pai? Conseguirão, meramente com as suas forças, vencer a indiferença, o egoísmo e o ódio, aceitar as legítimas diferenças que caracterizam os irmãos e as irmãs?Parafraseando as palavras do Senhor Jesus, poderemos sintetizar assim a resposta que Ele nos dá: dado que há um só Pai, que é Deus, vós sois todos irmãos (cf. Mt 23, 8-9). A raiz da fraternidade está contida na paternidade de Deus. Não se trata de uma paternidade genérica, indistinta e historicamente ineficaz, mas do amor pessoal, solícito e extraordinariamente concreto de Deus por cada um dos homens (cf. Mt 6, 25-30)… uma paternidade eficazmente geradora de fraternidade, porque o amor de Deus, quando é acolhido, torna-se no mais admirável agente de transformação da vida e das relações com o outro, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha activa.
Em particular, a fraternidade humana foi regenerada em e por Jesus Cristo, com a sua morte e ressurreição. A cruz é o «lugar» definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar …
Jesus retoma o projecto inicial do Pai, reconhecendo-Lhe a primazia sobre todas as coisas. Mas Cristo, com o seu abandono até à morte por amor do Pai, torna-Se princípio novo e definitivo de todos nós, chamados a reconhecer-nos n’Ele como irmãos, porque filhos do mesmo Pai… Na morte de Jesus na cruz, ficou superada também a separação entre os povos, entre o povo da Aliança e o povo dos Gentios… Jesus Cristo é Aquele que reconcilia em Si todos os homens. Ele é a paz… Criou em Si mesmo um só povo, um só homem novo, uma só humanidade nova.O homem reconciliado vê, em Deus, o Pai de todos e, consequentemente, é solicitado a viver uma fraternidade aberta a todos. Em Cristo, o outro é acolhido e amado como filho ou filha de Deus, como irmão ou irmã, e não como um estranho, menos ainda como um antagonista ou até um inimigo. Na família de Deus, onde todos são filhos dum mesmo Pai e, porque enxertados em Cristo, filhos no Filho, não há «vidas descartáveis». Todos gozam de igual e inviolável dignidade; todos são amados por Deus, todos foram resgatados pelo sangue de Cristo… Esta é a razão pela qual não se pode ficar indiferente perante a sorte dos irmãos.
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Posto isto, é fácil compreender que a fraternidade é fundamento e caminho para a paz… Basta ver as definições de paz da “Populorum progressio”, de Paulo VI, ou da “Sollicitudo rei socialis”, de João Paulo II: “o desenvolvimento integral dos povos é o novo nome da paz” [Paulo VI]; “a paz é fruto da solidariedade”[João Paulo II].
Paulo VI afirma que tanto as pessoas como as nações se devem encontrar num espírito de fraternidade. E explica: «Nesta compreensão e amizade mútuas, nesta comunhão sagrada, devemos... trabalhar juntos para construir o futuro comum da humanidade. Este dever recai primariamente sobre os mais favorecidos. As suas obrigações radicam-se na fraternidade humana e sobrenatural, apresentando-se sob um tríplice aspecto: o dever de solidariedade, que exige que as nações ricas ajudem as menos avançadas; o dever de justiça social, que requer a reformulação em termos mais correctos das relações defeituosas entre povos fortes e povos fracos; o dever de caridade universal, que implica a promoção de um mundo mais humano para todos, um mundo onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber, sem que o progresso de uns seja obstáculo ao desenvolvimento dos outros.A paz, afirma João Paulo II, é um bem indivisível: ou é bem de todos, ou não o é de ninguém. Na realidade, a paz só pode ser conquistada e usufruída como melhor qualidade de vida e como desenvolvimento mais humano e sustentável, se estiver viva, em todos, «a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum». Isto implica não deixar-se guiar pela «avidez do lucro» e pela «sede do poder». É preciso estar pronto a «“perder-se” em benefício do próximo em vez de o explorar, e a “servi-lo” em vez de o oprimir para proveito próprio (...). O “outro” – pessoa, povo ou nação – [não deve ser visto] como um instrumento qualquer, de que se explora, a baixo preço, a capacidade de trabalhar e a resistência física, para o abandonar quando já não serve; mas sim como um nosso “semelhante”, um “auxílio”».
A solidariedade cristã pressupõe que o próximo seja amado não só como «um ser humano com os seus direitos e a sua igualdade fundamental em relação a todos os demais, mas [como] a imagem viva de Deus Pai, resgatada pelo sangue de Jesus Cristo e tornada objecto da acção permanente do Espírito Santo», como um irmão.


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Falando depois da fraternidade como premissa para vencer a pobreza, escreve o Papa Francisco: “assistimos, preocupados, ao crescimento de diferentes tipos de carências, marginalização, solidão e de várias formas de dependência patológica. Uma tal pobreza só pode ser superada através da redescoberta e valorização de relações fraternas no seio das famílias e das comunidades, através da partilha das alegrias e tristezas, das dificuldades e sucessos presentes na vida das pessoas.”Perante “um grave aumento da pobreza relativa, isto é, de desigualdades entre pessoas e grupos que convivem numa região específica ou num determinado contexto histórico-cultural”, a Mensagem solicita “políticas eficazes que promovam o princípio da fraternidade, garantindo às pessoas – iguais em dignidade e nos direitos fundamentais – acesso aos «capitais», aos serviços, aos recursos educativos, sanitários e tecnológicos.
Sente-se também a necessidade “políticas que sirvam para atenuar a excessiva desigualdade de rendimento”. Não se esqueça o ensinamento da Igreja sobre a chamada hipoteca social: se é lícito – como diz São Tomás de Aquino – e mesmo necessário que «o homem tenha a propriedade dos bens», quanto ao uso, porém, «não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si mas também aos outros». Para promover a fraternidade e vencer a pobreza, o Papa refere “o desapego vivido por quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, por quem, partilhando as suas riquezas, consegue assim experimentar a comunhão fraterna com os outros. Isto é fundamental para seguir Jesus Cristo e ser verdadeiramente cristão. É o caso não só das pessoas consagradas que professam voto de pobreza, mas também de muitas famílias e tantos cidadãos responsáveis que acreditam firmemente que a relação fraterna com o próximo constitua o bem mais precioso.
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Nesta mesma ordem de ideias, a Mensagem para o Dia Mundial da Paz sugere… que se redescubra a fraternidade na vida económica e financeira. Escreve o Papa:
“As graves crises financeiras e económicas dos nossos dias – que têm a sua origem no progressivo afastamento do homem de Deus e do próximo, com a ambição desmedida de bens materiais, por um lado, e o empobrecimento das relações interpessoais e comunitárias, por outro – impeliram muitas pessoas a buscar o bem-estar, a felicidade e a segurança no consumo e no lucro fora de toda a lógica duma economia saudável. Já em 1979 o Papa João Paulo II alertava para a existência de «um real e perceptível perigo de que, enquanto progride enormemente o domínio do homem sobre o mundo das coisas, ele perca os fios essenciais deste seu domínio e, de diversas maneiras, submeta a elas a sua humanidade, e ele próprio se torne objecto de multiforme manipulação, se bem que muitas vezes não directamente perceptível; manipulação através de toda a organização da vida comunitária, mediante o sistema de produção e por meio de pressões dos meios de comunicação social».As sucessivas crises económicas devem levar a repensar adequadamente os modelos de desenvolvimento económico e a mudar os estilos de vida. A crise actual, com pesadas consequências na vida das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza. Elas podem ajudar-nos a superar os momentos difíceis e a redescobrir os laços fraternos que nos unem uns aos outros, com a confiança profunda de que o homem tem necessidade e é capaz de algo mais do que a maximização do próprio lucro individual.
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Na sua última parte, a Mensagem recorda as guerras em curso, que são sempre – recorda o Papa - “uma grave e profunda ferida infligida à fraternidade”. Escreve Francisco:
“Há muitos conflitos que se consumam na indiferença geral. A todos aqueles que vivem em terras onde as armas impõem terror e destruição, asseguro a minha solidariedade pessoal e a de toda a Igreja. Esta tem por missão levar o amor de Cristo também às vítimas indefesas das guerras esquecidas, através da oração pela paz, do serviço aos feridos, aos famintos, aos refugiados, aos deslocados e a quantos vivem no terror. De igual modo a Igreja levanta a sua voz para fazer chegar aos responsáveis o grito de dor desta humanidade atribulada e fazer cessar, juntamente com as hostilidades, todo o abuso e violação dos direitos fundamentais do homem. “Por este motivo, desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas: naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação para reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor!
“Enquanto houver em circulação uma quantidade tão grande como a actual de armamentos, poder-se-á sempre encontrar novos pretextos para iniciar as hostilidades. Por isso, faço meu o apelo lançado pelos meus Predecessores a favor da não-proliferação das armas e do desarmamento por parte de todos, a começar pelo desarmamento nuclear e químico.“Em todo o caso (acrescenta ainda o Papa), não podemos deixar de constatar que os acordos internacionais e as leis nacionais, embora sendo necessários e altamente desejáveis, por si sós não bastam para preservar a humanidade do risco de conflitos armados. É precisa uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um irmão do qual cuidar e com o qual trabalhar para, juntos, construírem uma vida em plenitude para todos.
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A Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2014 conclui recordando que, se é preciso descobrir, amar, experimentar, anunciar e testemunhar a fraternidade, contudo “só o amor dado por Deus nos permite acolher e viver plenamente a fraternidade”.
“O necessário realismo da política e da economia não pode reduzir-se a um tecnicismo sem ideal, que ignora a dimensão transcendente do homem. Quando falta esta abertura a Deus, toda a actividade humana se torna mais pobre, e as pessoas são reduzidas a objecto passível de exploração. Somente se a política e a economia aceitarem mover-se no amplo espaço assegurado por esta abertura Àquele que ama todo o homem e mulher, é que conseguirão estruturar-se com base num verdadeiro espírito de caridade fraterna e poderão ser instrumento eficaz de desenvolvimento humano integral e de paz.“Nós, cristãos, acreditamos que, na Igreja, somos membros uns dos outros e todos mutuamente necessários… Isto implica tecer um relacionamento fraterno, caracterizado pela reciprocidade, pelo perdão, pelo dom total de si mesmo, segundo a grandeza e a profundidade do amor de Deus, oferecido à humanidade por Aquele que, crucificado e ressuscitado, atrai todos a Si: «Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».
Cristo abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca. «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele». «O que for maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve – diz Jesus Cristo –. Eu estou no meio de vós como aquele que serve». Deste modo, cada actividade deve ser caracterizada por uma atitude de serviço às pessoas, incluindo as mais distantes e desconhecidas. O serviço é a alma da fraternidade que edifica a paz.


Fonte http://www.news.va/pt/news/1-janeiro-2014-dia-mundial-da-paz-fraternidade-fun

Feliz ano novo com Cristo!

Mais um ano chega ao fim. Ano de conquistas e mudanças. Ano de vitórias e alegrias. Ano de renovação física e espiritual. Tivemos a chegada do nosso padre Fabio Santos que começou a deixar suas marcas em nossa Igreja e nossa vida. Sem esquecer da bela contribuição do nosso querido padre Cosmo. Nesses últimos meses vimos e vivemos uma igreja nova, em mudança... torre, sino, altar, material litúrgico... tantas coisas novas, bunitas, e gostosas de se ver. 
Como disse nosso padre domingo passado: "A missa está bunita, a Igreja está cada vez melhor, para celebramos o mistério da encarnação-morte-ressurreição de Cristo". A liturgia está mesmo linda! Que em 2014 possamos crescer mais. Que a estrutura física da igreja nos faça mergulhar em Cristo e nos permita reformar nosso coração, que as vezes bate frio, sem vida, um coração de pedra... Jesus, manda teu Espírito!!! Feliz ano novo em Cristo!