domingo, 1 de dezembro de 2013



ADVENTO

Nasci em Currais Novos, porta do Seridó. A padroeira da cidade é a mesma do sertão: Santana, esposa de Joaquim, mãe de Maria e avó de Jesus.

A imagem barroca banhada a ouro trazida nos já idos 1808, retrata Santana com Maria menina em seus braços com um livro aberto nas mãos. Eu, menino danado e curioso, no meio da missa, puxando a saia de mamãe ou braço de papai, perguntava o que tinha escrito naquele livrinho. Multidão grande em frente a Matriz. Queria ver melhor. Papai me levantava bem alto – me emociono agora nos braços parrudos do meu pai - e me dizia qualquer coisa para fazer abrir um sorriso largo em minha cara, um sorriso que somente um menino sabe dar , fazer brilhar os meus olhos com um brilho que somente uma criança de cinco anos sabe olhar brilhando assim.
Só depois de mais um pouco de anos quando a gente vira coroinha e sobe nos altares para botar velas, flores e a santa no andor, eu fiquei conhecendo a frase: “Um dia a salvação virá”.

Advento é a preparação ao Natal. As Igrejas católica, ortodoxa, luterana, calvinista, anglicana e metodista durante quatro semanas nos mergulha no Mistério da Encarnação do Filho de Deus. Aquele que desceu do céu e veio à terra e se fez para sempre um de nós. Deus enviou seu Filho Amado para realizar uma Nova Criação antropológica e cósmica por meio de sua morte e ressurreição no poder amoroso do Espírito. Essa foi a primeira vinda de Cristo.

Fazendo memória celebrativa da primeira vinda de Cristo, a Igreja nos envolve também, na alegre esperança da sua Segunda vinda. Pois bem, se preparando no advento para celebrar no Natal, a primeira vinda de Cristo, nós nos preparamos para sua segunda vinda, quando voltará para plenificar a Nova Criação inaugurada na Páscoa-Pentecoste.

Primeira e Segunda vinda de Cristo. Há todavia, uma vinda intermediária entre uma e outra.

Jesus vem todos os dias ao nosso encontro em cada pessoa: o pai, a mãe, o filho, o irmão, o marido, a esposa, o colega de trabalho ou de escola e faculdade, o irmão na igreja ou na rua, no doente, no carente de amor, no pobre e no oprimido dos quatro quantos da terra que clamam por justiça e libertação como tão bem descreveu no Capítulo Vinte e Cinco do Evangelho de Mateus. Jesus vem em cada momento de oração pessoal diária, na leitura orante ou estudada da Palavra de Deus, na Liturgia das Horas, nos Sacramentos... Jesus vem bem especialmente no Culto Dominical evangélico e na Celebração da Missa, onde em torno da Mesa da Palavra e da Mesa Eucarística ou da Ceia, damos por Ele, com Ele e Nele, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória enquanto esperamos sua vinda.

Que este Advento nos ajude a viver as esperas e os encontros.

#Pe. Fabio Potiguar

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